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Raline Romaiany - Watchmen - 1999 (DC)

Resenha Raline Romaiany (Shayera)



Watchmen – Alan Moore e Dave Gibbons

Você, leitor, que gosta de histórias de super-heróis, prepare-se para conhecer  verdadeiros heróis. Em Watchmen você os encontrará como não viu em nenhum outro lugar. Aqui os heróis não voam, não têm super força, não leem mentes, não usam armaduras, nem honram o bem acima de tudo. Nossos heróis são homens e mulheres comuns, perturbados, carregados de traumas e dramas pessoais, homens que matam, homens que erram e homens que broxam. Nesses heróis encontramos nós mesmos, indignados com a realidade, com a violência, com “o cheiro podre da cidade”, mas que encontram dentro de si a força e a coragem para fazerem algo além do que os homens comuns são capazes de fazer. Tornam-se Vigilantes, mascarados como seus inimigos, e não menos perigosos que eles.


Watchmen é uma história cheia de deliciosas referências históricas, onde gerações de heróis mascarados lutam não só contra os vilões, mas também contra o sistema, que os proíbe de defender as pessoas, e contra elas mesmas, que não querem ser defendidas por anônimos que se colocaram acima da lei.

Não espere encontrar aqui aqueles vilões clichês que dão ao herói tempo suficiente para “salvar o mundo”, enquanto contam seu plano diabólico minunciosamente, num exercício egocêntrico de auto aclamação. Aqui o vilão estará onde você menos espera. Aqui o vilão não dá gargalhadas do mau enquanto o herói está amordaçado e a mocinha em perigo. Aqui o vilão executa seu plano até o fim e te faz refletir se ele era mesmo o vilão ou se era o herói.

Num tempo em que se teme as consequências de desenvolvimentos nucleares de nações poderosas, em que um acidente radioativo transforma um cientista no ser mais poderoso da Terra, deixando sua nação mais poderosa que todas as outras, num tempo em que esse temor toma conta das ruas e traz o caos para cada canto fétido existente, um de nossos vigilantes é assassinado. A trama de Watchmen envolve muito mais do que descobrir o responsável pelo assassinato, envolve a grande questão entre salvar o mundo ou evitar que ele seja salvo.

Além da história central, Alan Moore nos envolve com uma história paralela de um gibi chamado “Contos do Cargueiro Negro” sendo lida por um garoto. História pirata alucinante, que te deixa dividido entre acompanhar a trama central ou esta, imersa na própria história. Nesse conto, acompanhamos a história de um marujo que enfrenta sua própria humanidade para sobreviver e tentar salvar sua família, deparando-se com situações desesperadoras em busca de sobrevivência.

Sugiro que você faça maratona dessa leitura, pois esses doze volumes vão te fazer conhecer um novo conceito de herói. Depois disso, assista às maravilhosas adaptações feitas para o cinema, com o longa de mesmo título dirigido pelo famigerado Zack Snyder, e o curta em animação dos "Contos do Cargueiro Negro", dirigido por Daniel DelPurgatorio e Mike
Smith, ambos lançados duas décadas após o lançamento do último volume da HQ.


E lembrai sempre, do dia 12 de outubro de 1985.

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